Estudar e compreender os quatro Reinos da Natureza, segundo a visão da Antroposofia de Rudolf Steiner, desperta em nós um conhecimento vivo que está ao mesmo tempo fora e dentro de nós mesmos. Está incluída aí a trajetória da nossa longa evolução como seres humanos, nos aspectos físico, emocional, mental e espiritual.
Nos quatro Reinos da Natureza, o Mineral constitui a base do mundo material, o Corpo, a substância, como o portador da matéria e da forma. Numa visão lógica e racional, olhamos para o mundo mineral como algo inerte, sem vida. Mas na visão da Antroposofia, os minerais são seres que apenas se encontram num estado cristalizado de rigidez. Num passado remoto, foram formas vivas e animadas, e agora se encontram num estado adormecido em formas de matéria densa. A matéria é apenas uma das formas de energia.
Pela história da evolução do nosso planeta, sabemos que em eras passadas a Terra já foi muito menos compacta e que mundo de então era gasoso, explosivo, muito menos sólido. O que hoje percebemos à nossa volta como o Reino Mineral – cristais, gemas, pedras, minérios e metais – fazia parte de uma grande forma vivente e sensível, o planeta Terra de então.
Fazemos parte do Sistema Solar, que é um grande organismo vivo, animado e espiritualizado. Num passado muito remoto deste Espaço Cósmico, choviam “nuvens” de metais que provinham das órbitas de outros planetas do sistema. Estas “nuvens” metálicas, de consistência etérea, caíam sobre a densa massa oceânica da terra e se mesclavam ao que estivesse ali. Ao longo do tempo estes metais etéreos foram se cristalizando, se misturando à terra e criando a consistência dura de hoje.
Então, aquilo que temos hoje na natureza como o mais sólido e o menos aparentemente espiritual, é, na sua origem remota, na sua essência oculta, a cristalização de algo sutil e elevado. Já os alquimistas sabiam que “aquilo que é mais baixo corresponde e complementa aquilo que é mais elevado”.
A separação em diferentes reinos, e também em diferentes espécies, teria se dado em função da necessidade da evolução se fazer mais seletiva, separando o mais denso do menos denso, para que este último pudesse evoluir de forma mais eficiente. Deste ponto de vista, o Reino Mineral foi separado, condensado e decantado num Reino à parte do Vegetal, do Animal e do Homem, para este último evoluir mais eficientemente, mais leve e menos mineralizado.
Aqui temos a ideia, então, de que o Reino Mineral faz parte do grande processo evolutivo, é vivo e animado por si, antes integrante do todo e agora separado num item à parte. O Reino Mineral, altamente espiritualizado na sua origem, sofreu a separação, a coagulação, para os demais reinos evoluírem rapidamente.
Ao assumirmos nosso corpo físico, assimilamos a matéria mineral, primeiro por meio do corpo materno e depois pela da mãe Terra, pela nossa alimentação. Configuramos e mantemos assim o nosso corpo até que venha o processo da morte física, quando então abandonamos o corpo físico que é devolvido para a terra e partimos para um outro estado de ser.
As plantas, ao assimilarem os nutrientes minerais da terra, “vegetalizam-nos”, dinamizando-os para um estado natural superior, onde as forças etéricas, as forças da vida, atuam mais livremente do que no Mundo Mineral. Os animais por sua vez, ao assimilarem os nutrientes minerais já “vegetalizados”, os “animalizam”, enquanto nós humanos “humanizamos” os minerais.
Desde as épocas mais remotas, temos o conhecimento dos poderes curativos das pedras, dos cristais e das substâncias minerais em diferentes abordagens da medicina para a cura dos males a que estamos expostos durante a vida, e que atingem nosso corpo físico com as mais diversas doenças. Os alquimistas diziam que as gemas seriam espírito cósmico coagulado sob forma de pedra, e as comparavam às pedras de gelo que se formam a partir de uma fonte de água medicinal.
Por isso, desde tempos remotos, quando transformadas em joias eram usadas como adornos e transformadas em amuletos eram usadas para proteção. Sempre valorizadas e admiradas pelos homens, as pedras têm o seu lugar. Muitas vezes são a causa de inveja e discórdias, mas também são símbolos de compromissos e de valorização …