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Jardim do Anahata

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Elsbeth Willecke

Orquídeas de Outono

17 de junho de 2021 by Elsbeth Willecke

No Outono o nosso orquidário fica mais calmo, mais silencioso. As belas flores do Outono têm um colorido mais intenso, as cores se mostram mais presentes. Isso porque a incidência da luz muda. Agora, tanto pela manhã como ao entardecer, a luz se torna mais horizontal, diferentemente da verticalidade da forte luz de verão. Também as temperaturas mudam, tornam-se mais amenas, e as pragas ficam mais comportadas. Parece que as plantas e o orquidário se preparam para o Inverno, que é uma grande travessia de recolhimento.

No Outono, as orquídeas precisam de mais luz, menos regas e atenção na adubação, principalmente daquelas que vão florescer na Primavera, como os Dendobrium, por exemplo. Então, se no Verão foi necessário proteger as flores da entrada de uma luz muito forte, agora podemos remover essa proteção e deixar a luz do Outono incidir plenamente.  

Temos uma bela florada das orquídeas típicas da estação. O processo de floração é mais demorado, exercitando em nós a paciência e a ansiedade de ver os botões se abrirem e revelarem a beleza das diferentes cores e formas. Confira aqui as Belas da Estação.

Orquídeas do Outono

Filed Under: Calendário das orquídeas

Ter e Ser, uma grande diferença

6 de abril de 2021 by Elsbeth Willecke

Durante a vida, levamos um bom tempo para perceber a diferença entre o TER e o SER. Muito já ouvimos e lemos a respeito do tema. Num primeiro momento, nem parece ser uma questão tão importante, porque conquistar as coisas – e desta forma, TER – nos dá uma grande satisfação, como uma espécie de prêmio por uma etapa vencida.

Coisas como o primeiro carro, a casa própria, casamento, família, filhos, profissão, tudo isso são fases, conquistas, realizações que nos enchem de orgulho e satisfação. E é bom que seja assim, porque isto é um fator motivador que nos incentiva a seguirmos em frente com entusiasmo, para as etapas seguintes e novas conquistas.

Existem também os pequenos mimos e agrados que buscamos no dia-a-dia. Estes têm a ver com a satisfação mais imediata e aparecem com mais destaque para percebermos nosso grau de apego. O acúmulo destes pequenos prazeres fica muito evidente. A satisfação que proporcionam é quase efêmera e logo pensamos em substituí-los para uma nova onda de satisfação. Tudo isso vai causando um sentimento de frustração, de falta, de nunca chegarmos  a uma satisfação permanente, plena.

Quando começamos a olhar para nossa vida como um grande panorama, com a ajuda do nosso Observador interno, descobrimos que não precisamos TER nada, precisamos simplesmente SER.

Tudo de que necessitamos nos é de certa forma emprestado. Os recursos do Universo são abundantes como uma grande despensa onde está tudo disponível.

Como tudo é energia,  é importante ter em mente que, por recebermos tudo “emprestado”, precisamos ser cuidadores responsáveis pelos recursos que nos são dados, ou melhor, transitoriamente cedidos.

Outro ponto a considerar é que a energia precisa circular. Aprendemos isto com as leis naturais, que tudo está em constante movimento, na incessante busca de equilíbrio entre os elementos, as estações, as polaridades, etc.

Então, quando começamos acumular, vamos ficando cansados, deprimidos, porque o fluxo da energia é dificultado. Na verdade, não confiamos no fluxo de abundância da grande despensa do Universo. Esta funciona como uma grande reciclagem, em que, ao mesmo tempo em que devolvemos algo, recebemos algo em troca. Nunca ficamos sem nada. E pode acontecer de, num determinado momento, não conseguirmos enxergar a utilidade ou o valor do que nos é dado. São as coisas que atraímos aquelas das quais mais precisamos. E, às vezes, só vamos entender isto em um momento posterior de nossa vida.

Então, mais tarde na vida, com experiência e confiança, compreendemos que não precisamos possuir nada, que tudo há de ser providenciado pelo Universo.

Ao mesmo tempo, fica cada vez mais clara nossa responsabilidade com aquilo que nos é emprestado, o que nos tornando um usuário responsável, que não é imediatista e pensa nas futuras gerações.

Na vida pessoal, descartamos as coisas de que não necessitamos (devolvendo), nos desapegando. Não só as coisas materiais, mas também relacionamentos, situações de vida, enfim, tudo o que nos serviu, pelo que agradecemos, com reconhecimento da importância que teve no seu devido tempo.

Podemos perceber tudo isso como um grande processo de descoberta, talvez o mais importante ensinamento do planeta Terra, porque partimos exatamente como entramos: sem nada, tudo nos foi apenas emprestado.

Então, começamos a nos sentir leves, livres e confiantes, para seguir em frente sem medo de possuir, TER, e simplesmente SER.

Filed Under: Outras Perspectivas

Bosque do Téo

15 de março de 2021 by Elsbeth Willecke

Logo na entrada do Jardim do Anahata, o Bosque do Téo dá as boas vindas à nossa criança interior. Com a sua curiosidade natural, ela pode descobrir ali as muitas sutilezas das árvores. No chão, por exemplo, pode se conectar com as raízes, que, no subsolo, formam uma intensa rede de cooperação e comunicação entre elas, compartilhando nutrição e informações para a sobrevivência da espécie…

Em nós, humanos, as árvores do bosque despertam a importância do grupo, do apoio da espécie, nos passam um sentimento de comunidade, de uma comunicação verdadeira e honesta, de mutuo apoio.

O olhar para o alto inspira nosso olhar para as metas, os objetivos, que trazemos dentro de nós. E assim perceber que estas metas e objetivos, quando manifestados no mundo físico, têm suas raízes no mundo espiritual. Podemos perceber, ainda, o tronco como um forte apoio que nos conduz à meta, unindo o Céu com Terra. E que, enquanto humanos, somos cidadãos de dois mundos, com as raízes no mundo espiritual de onde viemos e com a realização das metas e objetivos bem plantados nesta Terra.

Filed Under: Caminhos do Jardim, Roteiro das Crianças

O Cantinho Criativo da Aurora

15 de março de 2021 by Elsbeth Willecke

Como o nome já sugere, este é um espaço dentro do Jardim do Anahata reservado às atividades das crianças, onde fica fácil aprender brincando.

Com diversas oficinas, o aprender brincando inclui trabalhos com argila, pintura e tecelagem, usando diferentes materiais e texturas. Também compreende a descoberta da natureza do entorno, como os “tesouros” da mata, e ensina a plantar e a cuidar.

Mas o Cantinho da Aurora também visa inspirar, estimular e ampliar a criatividade adormecida nos adultos, nosso fazer artístico, que proporciona alegria ao coração.

Os adultos podem descobrir com o barro, por exemplo, que o vaso e o oleiro são a mesma coisa ou, em outra forma de dizer, que através da criação conhecemos o Criador.

Filed Under: Caminhos do Jardim, Roteiro das Crianças

O Viveiro do Chris

15 de março de 2021 by Elsbeth Willecke

Este Viveiro está situado junto da Teia de Sustentação, que alimenta a vida que lá desabrocha e floresce. Lá encontramos o poço aberto há cinquenta anos e, ao lado, temos uma composteira, esta uma realização mais recente.

A composteira nos ensina a importância do aproveitamento das sobras para a produção de novos alimentos. Este é um ensinamento da natureza, onde o caminho é circular e tudo se transforma. Isso nos ensina sobre a abundância, que com consciência nada vai faltar, nem água, nem os nutrientes para termos a próxima colheita.

Para que o Viveiro do Chris seja produtivo, esses dois ingredientes são fundamentais, assim como os cuidados e do carinho para as hortaliças e os legumes plantados ali. Com o tempo também aprendemos que a horta precisa de diversidade espécies. Observamos que justamente a diversidade confere saúde às plantas, além da estética e da beleza da horta.

Ao lado do viveiro está a “farmácia”, que cuida das hortaliças com a diversidade dos chás, dos aromas atraindo as borboletas os passarinhos. Por tudo isso podemos concluir que o Viveiro do Cris, além de nos ensinar, é um lugar muito divertido que estimula a nossa imaginação…

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O Viveiro do Oliver

15 de março de 2021 by Elsbeth Willecke

O menino Oliver, com apenas dois anos de idade, inspirou a retomada do projeto das crianças no Jardim do Anahata. Hoje, o viveiro que o homenageia está situado bem na entrada para o Pedacinho de Mata Atlântica conservado, que existe aqui.

É a estufa onde, em vasos, crescem exemplares da mata, com a finalidade de ser adotadas e depois replantadas em algum outro lugar que ofereça condições para o seu desenvolvimento. Então, enquanto a planta está neste berçário, ela está sendo cuidada.

Aqui podemos fazer uma analogia com o papel do Anahata nos últimos trinta anos. Foram muitas as pessoas que por aqui passaram, as quais foram cuidadas e amparadas na caminhada até acharem o seu novo lugar no mundo.

Nesse viveiro podemos aprender muito sobre a Vida: como as variadas espécies precisam de diferentes cuidados e condições diversas de luz, água, solo, por exemplo. É o estudo da Botânica, tema apaixonante que também nos ensina sobre diferenças, sobrevivência, condições climáticas e compartilhamento.

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A Mata do Sebastian

15 de março de 2021 by Elsbeth Willecke

No final da Rota Segura, nos deparamos com um portão fechado, que se abre para a Mata do Sebastian. Ao cruzarmos esse portão, somos transportados para um lugar sagrado e mergulhamos na mata, na companhia de seus habitantes. Somos então envoltos pelas grandes árvores e o silêncio, este apenas interrompido por um eventual canto de pássaro.

Olhando a luz do Sol que se infiltra em meio aos compridos troncos das árvores, a criança em nós consegue visualizar como que os tubos de um grande órgão. Diante dessa visão, por que não ir um pouco além e ouvir no imaginário a Tocata e Fuga, de Johann Sebastian Bach…?

Esse lugar nos enche de reverência e respeito pela natureza, pela mata, pela Criação. Terminando aqui o nosso roteiro, podemos sentir o Divino em nós, ao nosso redor, acima de nós, abaixo de nós. Unindo o Céu e a Terra.

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O Jardim das Texturas

8 de março de 2021 by Elsbeth Willecke

O Jardim das Texturas nos remete às nossas sensações. Com suas texturas ásperas, lisas, rugosas, pontudas, todas nos remetem ao tato. Algumas são agradáveis e sentimos prazer com o toque, enquanto outras despertam rejeição, sensações indefinidas, medos, etc.

O importante é observar quantas informações podemos ter através do contato com a pele, com as diferentes roupas, diferentes tecidos, fibras naturais, fibras sintéticas, etc. E constatar como isso amplia o conhecimento de nós mesmos e a relação que temos com os outros e com o mundo. Foi o primeiro dos cinco sentidos que registramos, ainda no útero, e que ampliamos depois de nascidos. Nos fala sobre nossa relação com a mãe. Foi com ela, através da pele, que fizemos nossas leituras de que o mundo é um lugar seguro, que estamos protegidos, que estamos bem cuidados, confiando que o mundo é bom. Pelo tato.

Ligado ao elemento terra, o tato nos dá uma informação sobre a sobrevivência no planeta, sobre a nossa casa, sobre pertencimento. Sentimos o nosso lugar através da pele, do contato, o que nos gera segurança e confiança.

Hoje é muito importante restabelecer esse contato com as árvores, com o solo, com as rochas, para fazer essa conexão com a Mãe Terra, e saber que estamos seguros, que podemos confiar, nas transformações climáticas, na nossa sobrevivência e na reorganização planetária.

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O Jardim das Cores e das Formas

8 de março de 2021 by Elsbeth Willecke

No Jardim do Anahata, quando dobramos a esquina da casa nos deparamos com o Jardim das Cores e das Formas. Como exercício, e estando atentos, podemos observar o impacto que o colorido e os diversos formatos têm sobre o emocional em nós, humanos.

Enquanto experimentamos as texturas através do tato, aqui, com cores e formas experimentamos uma sensação de alegria no coração e um deleite para os olhos. Isto se dá por conta da harmonia e da estética que flores e formas traduzem. Tudo na natureza tem um apurado senso estético, quase uma melodia, como é na música. São os olhos que levam essa mensagem ao coração e que nos trazem uma percepção das relações que existem entre a luz e a escuridão e que dão origem à cor.

As cores e as formas são um capricho, uma sedução, que a natureza tem para atrair os insetos responsáveis pela polinização e assim gerar novas sementes, para a continuidade das diferentes espécies do mundo vegetal.

O estudo da Botânica é fascinante. Ele nasceu e se desenvolveu a partir da observação das formas, das cores, do comportamento das plantas, da incidência da luz e da sombra necessárias para o seu desenvolvimento, dando origem ao que denominamos de Signatura da planta ou da flor.

Esse estudo das Signaturas definiu os princípios alquímicos da Fitoterapia, da Terapia Floral, da Homeopatia, etc.

Então, observar as flores, as cores, diferentes formas de folhas e caules pode ampliar a nossa percepção de um mundo que está sempre presente e disponível ao nosso redor. E mais, só a observação, já tem um efeito curativo trazendo harmonia e paz para o coração.

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O Jardim do Silêncio

8 de março de 2021 by Elsbeth Willecke

Andando mais um pouco pelo Jardim do Anahata chegamos ao Jardim do Silêncio. Podemos sentar ao lado de um tronco caído, com vista para um dos lagos, depois fechar os olhos, e então OUVIR.

Os ouvidos são um instrumento da percepção humana, de uma natureza muito apurada, que percebem vibrações e sons que estão à nossa volta, e nos permitem exercitar a capacidade de OUVIR.

Para ouvir precisamos de SILÊNCIO, para que a interpretação do que estamos ouvindo esteja correta. Uma escuta cheia de ruídos e interrupções faz com que a escuta seja equivocada, errônea ou truncada, por exemplo, e podemos nos enganar.

É o que acontece muitas vezes nas conversas, nos diálogos,  em que somos mal interpretados e não conseguimos nos comunicar plenamente. Ou o outro, através das palavras, consegue nos enganar. Sem a escuta apurada podemos fazer as escolhas erradas e depois nos arrepender.

Os ruídos, as interferências, são externas e internas também. Externas são mais simples de identificar, como barulho, música muito alta, um ambiente conturbado. Os ruídos internos estão ligados às nossas emoções, com nossos valores, com nosso sistema de crenças, portanto muito mais complexos, mais difíceis de interpretar. Isso requer treinamento, escuta.

Exigem de nós autoconhecimento, observação e o desenvolvimento de uma escuta interna. Quando fazemos o exercício da escuta interna, isto é, ouvir e observar o que se passa dentro de nós, melhoramos a capacidade e a saúde física do ouvido físico também. A organização interna naturalmente leva a uma melhor escuta fora, do outro, do mundo, do todo.

Como conseguimos essa escuta interna, como conseguimos silenciar nossa mente tagarela, nossos medos, as preocupações e as angústias que nos parecem tão reais? Através da meditação, fechando os olhos, se voltando para dentro, prestando atenção na respiração. Simplesmente, inspirando e expirando, deixando os pensamentos fluírem. Como se você estivesse assistindo a um filme. Esses pensamentos começam a diminuir, e começam a surgir espaços entre eles. Essas pausas nos levam para um outro estado da consciência, semelhante ao estado de consciência antes do sono profundo. É esse estado meditativo que restabelece nosso equilíbrio, nos dá novo ânimo e possibilita que, muitas vezes, saiamos dali com alguma solução para um problema. Esta solução vem dessa escuta interior, de um lugar de sabedoria que todos trazemos dentro de nós.

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O Jardim dos Sabores

8 de março de 2021 by Elsbeth Willecke

Continuando nossa caminhada pelo Jardim do Anahata, chegamos ao Jardim dos Sabores. Instalado perto do poço e da composteira, logo percebemos como os vegetais que nos servem de alimento precisam de água, em primeiro lugar, e de nutrição também. Não são simplesmente alimentos, são seres vivos que sem os devidos cuidados não se desenvolvem. Assim como os humanos, que também precisam de muita água para não desidratar.

São os alimentos que nos remetem aos mais diferentes sabores, às lembranças da infância, que experimentamos através da boca, do paladar, das papilas da língua. Estas são como uma triagem do que vamos comer, do que nos faz bem. Com um paladar bem afinado, seguramente não vamos ingerir algo tóxico ou não apropriado para nossa digestão. Lembrando que a digestão começa com a ingestão dos alimentos, onde predomina uma escolha, entre o que comer e o que não comer, e o quanto comer! Melhor ainda, se esta escolha for consciente e, antes de cada refeição, criarmos o hábito de fazer uma pequena oração de agradecimento pela cadeia de pessoas envolvidas na sua produção, que fizeram o alimento chegar na nossa mesa.

Igualmente uma reverência ao planeta, à Mãe Terra que provê o nosso sustento. Todo alimento que a Terra produz é de natureza espiritual. Precisa ser tratado como tal, com reverência, sem desperdiçar e sem acumular, para que não venha a faltar.   

Os sabores fazem parte de um processo seletivo que, junto com as cores e os aromas, abrem o apetite para nos alimentarmos corretamente.

Então, no Jardim dos Sabores, que é a nossa horta, a variedade das hortaliças plantadas, das folhas, dos tubérculos, das leguminosas, é de extrema importância, além do calendário anual, para termos colheita farta e diversidade de alimentos ao longo do ano. O Jardim dos Sabores nos remete a uma nova consciência sobre a qualidade dos alimentos. Faz com que prestemos mais atenção ao escolher melhor as compras do mercado e da feira. Prestamos mais atenção na aparência dos alimentos que nos falam do prazo de validade e também valorizamos as frutas e legumes de cada estação.

Hoje temos um interesse cada vez maior em para fazer hortas caseiras, mesmo em espaços reduzidos como em apartamentos. Isso leva a um exercício saudável, porque damos um importante passo de volta às nossas origens. Aprendemos muito com uma horta e o exercício de cuidar e colher gera uma grande alegria no coração, que, sem dúvida, é benéfica e terapêutica para nossa saúde. Como consequência, nos sentimos ainda mais bem cuidados.

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O Jardim dos Aromas

8 de março de 2021 by Elsbeth Willecke

Dentro do Jardim do Anahata, o Jardim dos Aromas fica num cantinho especial. Existe um pequeno banco debaixo de uma roseira, num lugar onde se cruzam as linhas que ligam os quatro pontos cardeais: norte, sul, leste, oeste.

Ao sentarmos ali com o sol alto, podemos sentir o cheiro das inúmeras ervas que ali se misturam e criam uma sinfonia de aromas. É uma vivência deliciosa e reconfortante, descobrir os diversos cheiros, da hortelã, da menta, da lavanda, do alecrim, da malva, do boldo e muito mais. Ficamos envoltos nos aromas, numa experiência quase etérea.

Os cheiros, os aromas, têm um grande poder, e podem estabelecer um registro de conexão com o passado de alguma vivência, que, quase como mágica, nos remete àquela situação vivida trazendo-a para o presente.

Foi o segundo sentido que desenvolvemos, também com a mãe. O cheiro cria um vínculo muito forte com uma pessoa, um lugar ou uma situação. Podemos observar nos animais como a mãe reconhece o filhote pelo cheiro e vice-versa.

A fitoterapia, os florais, o estudo das diferentes propriedades dos chás ou a cerimônia de servir um chá são atividades que fazem bem para o coração, cuja informação chega a nós através do olfato.

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A Trajetória do Eu

15 de fevereiro de 2021 by Elsbeth Willecke

Esta jornada pessoal começa no contato com a Criança Interna, ela que habita nosso interior, muitas vezes rejeitada, sofrida, esquecida, não ouvida. O grande potencial da criança é sua inocência e a curiosidade de sempre tentar de novo e não desistir…

A Criança Interna, dentro de nós, nos guia nesse jardim secreto. Onde também habita um adulto defendido, orgulhoso, que acha que precisa dar conta de tudo. Ela estimula o entusiasmo, a liberdade de brincar novamente, para confiar e se abrir para os companheiros de jornada…

Pedir ajuda dentro dessa trajetória do Eu, torna o caminho mais fácil, mas requer confiança na pessoa certa, como um terapeuta ou um amigo, por exemplo. Essa é uma trajetória para seguirmos com alguém que nos apoia, que nos dê suporte. E nosso Anjo da Guarda é um ótimo guia para nos aconselhar para uma escolha sábia.

É como subir numa montanha de uma forma circular. A cada volta que damos, descobrimos uma nova paisagem, novos detalhes. Essa é uma trajetória dentro do nosso Jardim Secreto. A cada volta saímos fortalecidos, com uma nova perspectiva, e assim vamos avançando em direção ao topo. Aqui nos sentimos livres, onde então podemos abrir o coração sem medo, num grande encontro com o nosso verdadeiro EU.

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Os quatro reinos na natureza – O Reino Mineral

11 de dezembro de 2020 by Elsbeth Willecke

Estudar e compreender os quatro Reinos da Natureza, segundo a visão da Antroposofia de Rudolf Steiner, desperta em nós um conhecimento vivo que está ao mesmo tempo fora e dentro de nós mesmos. Está incluída aí a trajetória da nossa longa evolução como seres humanos, nos aspectos físico, emocional, mental e espiritual.

Nos quatro Reinos da Natureza, o Mineral constitui a base do mundo material, o Corpo, a substância, como o portador da matéria e da forma. Numa visão lógica e racional, olhamos para o mundo mineral como algo inerte, sem vida. Mas na visão da Antroposofia, os minerais são seres que apenas se encontram num estado cristalizado de rigidez. Num passado remoto, foram formas vivas e animadas, e agora se encontram num estado adormecido em formas de matéria densa. A matéria é apenas uma das formas de energia.

Pela história da evolução do nosso planeta, sabemos que em eras passadas a Terra já foi muito menos compacta e que mundo de então era gasoso, explosivo, muito menos sólido. O que hoje percebemos à nossa volta como o Reino Mineral – cristais, gemas, pedras, minérios e metais – fazia parte de uma grande forma vivente e sensível, o planeta Terra de então.

Fazemos parte do Sistema Solar, que é um grande organismo vivo, animado e espiritualizado. Num passado muito remoto deste Espaço Cósmico, choviam “nuvens” de metais que provinham das órbitas de outros planetas do sistema. Estas “nuvens” metálicas, de consistência etérea, caíam sobre a densa massa oceânica da terra e se mesclavam ao que estivesse ali. Ao longo do tempo estes metais etéreos foram se cristalizando, se misturando à terra e criando a consistência dura de hoje.

Então, aquilo que temos hoje na natureza como o mais sólido e o menos aparentemente espiritual, é, na sua origem remota, na sua essência oculta, a cristalização de algo sutil e elevado. Já os alquimistas sabiam que “aquilo que é mais baixo corresponde e complementa aquilo que é mais elevado”.

A separação em diferentes reinos, e também em diferentes espécies, teria se dado em função da necessidade da evolução se fazer mais seletiva, separando o mais denso do menos denso, para que este último pudesse evoluir de forma mais eficiente. Deste ponto de vista, o Reino Mineral foi separado, condensado e decantado num Reino à parte do Vegetal, do Animal e do Homem, para este último evoluir mais eficientemente, mais leve e menos mineralizado.

Aqui temos a ideia, então, de que o Reino Mineral faz parte do grande processo evolutivo, é vivo e animado por si, antes integrante do todo e agora separado num item à parte. O Reino Mineral, altamente espiritualizado na sua origem, sofreu a separação, a coagulação, para os demais reinos evoluírem rapidamente.

Ao assumirmos nosso corpo físico, assimilamos a matéria mineral, primeiro por meio do corpo materno e depois pela da mãe Terra, pela nossa alimentação. Configuramos e mantemos assim o nosso corpo até que venha o processo da morte física, quando então abandonamos o corpo físico que é devolvido para a terra e partimos para um outro estado de ser.

As plantas, ao assimilarem os nutrientes minerais da terra, “vegetalizam-nos”, dinamizando-os para um estado natural superior, onde as forças etéricas, as forças da vida, atuam mais livremente do que no Mundo Mineral. Os animais por sua vez, ao assimilarem os nutrientes minerais já “vegetalizados”, os “animalizam”, enquanto nós humanos “humanizamos” os minerais.

Desde as épocas mais remotas, temos o conhecimento dos poderes curativos das pedras, dos cristais e das substâncias minerais em diferentes abordagens da medicina para a cura dos males a que estamos expostos durante a vida, e que atingem nosso corpo físico com as mais diversas doenças. Os alquimistas diziam que as gemas seriam espírito cósmico coagulado sob forma de pedra, e as comparavam às pedras de gelo que se formam a partir de uma fonte de água medicinal.

Por isso, desde tempos remotos, quando transformadas em joias eram usadas como adornos e  transformadas em amuletos eram usadas para proteção. Sempre valorizadas e admiradas pelos homens, as pedras têm o seu lugar. Muitas vezes são a causa de inveja e discórdias, mas também são símbolos de compromissos e de valorização …

Rochas

Filed Under: Conhecer-se, Os Quatro Reinos na Natureza

Os quatro reinos na natureza – O Reino Vegetal

10 de dezembro de 2020 by Elsbeth Willecke

A planta é um ser intermediário entre o Reino Mineral e o Reino Animal. Isto podemos observar a partir da conformação de um vegetal que, enraizado no solo, assimila os nutrientes que precisa, elevando-os ao seu estado de ser, isto é, se elevando em direção ao Céu, buscando luz e calor. Desta forma vai ao encontro dos insetos e dos pássaros, convidando-os para o ritual da polinização e seduzindo-os, com os aromas e as cores vibrantes das flores que lhes são familiares e atraentes.

A planta é algo vivo que, em relação ao mineral, expressa e evidencia a Força da Vida. Ela germina a olhos vistos, cresce, adquire formas complexas, reage às condições do ambiente, murcha, floresce, se reproduz, respira, exala aromas, etc. Tudo expressa Vida, enquanto o mineral jaz inerte, imóvel, inflexível e frio. Assim uma planta pode ser considerada como um ser constituído de pura Vida no sentido biológico da palavra. VIDA é uma força da natureza, uma energia não material, não eletromagnética.

Na Antroposofia, estas forças da Vida são denominadas como Forças Etéricas ou Forças Formativas. Isso porque elas elaboram as formas e configuram e estrutura corpórea dos seres vivos. Uma planta é a força etérica materializada, o que podemos observar através do processo de germinação. Após o cumprimento do seu ciclo vital, a planta murcha, se desmaterializa e retorna ao Grande Etérico Universal.

As forças etéricas, como a vida mesma, necessitam de água para realizar os seus processos. Por isso onde há muita água também há abundância de diferentes formas de Vida, e onde há pouca água, no deserto, por exemplo, a Vida se recolhe.

Quando a planta volta ao mundo etérico de onde brotou, deixa para trás um “cadáver vegetal”, que é a sua estrutura seca. Esta, em última análise, é formada pelas substâncias minerais antes assimiladas pela planta.

As plantas, assim como os demais reinos, estão inseridas no Unus Mundus, junto com o Homem.

Este é um termo usado por Duns Scotus, filósofo do século 9 d.C., para denominar a Unidade Fundamental subjacente à diversidade de tudo que existe. As forças etéricas que são as plantas, tem uma enorme variedade de formas, que seguem uma sabedoria da natureza que se fundamenta nos arquétipos planetários e zodiacais e nos quatro elementos, terra, água, ar e fogo. Os alquimistas medievais usavam este insight na sua maneira de entender a natureza: a Unidade física e Suprafísica entre todas as criaturas do mundo, onde “no começo, tudo era UM”.

Tudo o que vemos e aprendemos com as plantas tem o seu equivalente dentro de nós mesmos, seja no nosso corpo, seja na nossa alma, seja no nosso espírito. Por isso Paracelsus disse: “A natureza é um ser revertido pelo avesso, mostrando-se a nossos olhos”.

É desse insight que provém a noção dos alquimistas sobre as “Signaturas”, que partia do princípio de que um processo conformativo de uma planta se revela de um sinal, uma indicação, que tem uma correspondência no processo morfológico ou fisiológico do Ser Humano.

Percebemos um grande movimento no Reino Vegetal quando observamos as inúmeras espécies, partindo de plantas mais simples, como cogumelos ou algas, sob uma forma de vida ainda como que presa ao solo, às mais complexas, como as plantas que formam flores e frutos que já alcançam o domínio do Reino dos Animais. Quando uma espécie vegetal é tocada pelas forças peculiares à formação dos Animais, ela sofre modificações que a tornam portadora de “Signaturas” que evocam formas, odores, cores, e secreções de substâncias próprias aos animais. As flores, neste sentido, são os órgãos sexuais das plantas, que podem ser coloridas, odoríferas, assumindo formas sedutoras para atrair as espécies de animais que vem polinizá-las. As espécies de plantas que desenvolveram flores ao longo de sua evolução vegetal, portanto deram um passo em direção à “animalização”.

A evolução das plantas é raramente um esquema linear e sim se parece muito mais como um salto quântico. Assemelha-se mais a criação de uma sinfonia, quando os temas se repetem e retornam de forma diferente, transformando-se, dando lugar a outros temas, somando-se e mesclando-se entre si.

Filed Under: Conhecer-se, Os Quatro Reinos na Natureza

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